Domvs Mvnicipalis.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

De Mocuba à Guarda.

Eis, agora, uma rica oportunidade
para me espreguiçar no passado,
com os pés descansados no presente...
e vai daí, lembro-me com saudade,
junto à piscina, ao pé da minha gente,
do pedaço de jornal, roía o amendoim melado.
Cerveja dois eme, manica, tirava a sede...
lerpa, a murro, e os traques do MP,
ecoavam,acompanhados pelas gargalhadas dos amigos;
Fuma-se um cigarro, cravado, "Tam-Tam"
e mede uma piada, engraçada, dos que escutavam,
a rádio Moçambique e os programas antigos.
Do Clube para o Ferroviário, party seguro,
caranguejo do Bajone, a temba visitada,
trazia companhia, para a bebedeira...
Não posso ficar neste sitio escuro...
Cady, o "porocho" -« estás-mi di gozada?!»
Quem despensava, tamanha brincadeira?
Ah, já me esquecia... não, é diferente... agora,
é completamente distinto... Junto à lareira,
rôo a castanha assada, estalo a língua anestesiada,
no dente, com o travo da jeropiga e vinho tinto,
adormeço a sonhar com uma terra afastada.
Já não uso os calções e a meia alta...
cortei o cabelo, que dantes era cumprido,
As Levi's, estão penduradas, num armário...
apanho míscaros e tortulhos, num gesto diário...
os que me acompanham, não são a mesma malta
e até o gozo, não faz o mesmo sentido.
O batuque deu lugar à consertina e ao realejo
e a marrabenta degenerou numa modinha.
Está na altura (é um pretexto) do São Martinho,
para me agarrar à febra e a um copo de vinho
e a dançar, resta-me por pouco o ensejo,
de manifestar a alegria que outrora tinha.

Joantago

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