Por baixo daquela imensa mangueira,
Protegido pela sua sombra agradável,
Sentia o vento, cantante, a sibilar.
Ó saudade daquela criança admirável,
Sentada no baloiço, qual estrela a cintilar
Cobiçava o meu olhar extasiado
E, na minha boca, dissolvia-se o paladar
Da polpa da manga, que não posso olvidar,
Por ser tão forte marca da minha infância,
A quem, de tão pequeno, deu tanta importância.
Fruta do meu desejo, da minha selecção,
Que por vezes ainda vou saboreando;
Se ficou prazenteira, na minha recordação,
Muito mais, quando nela vou pensando...
Se esse sabor, tiver a própria vida,
Eu não sei, mas nunca será esquecida.
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