Domvs Mvnicipalis.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A manga da minha recordação.

Eu, voava, voava, cortando o ar,
Por baixo daquela imensa mangueira,
Protegido pela sua sombra agradável,
Sentia o vento, cantante, a sibilar.
Ó saudade daquela criança admirável,
Sentada no baloiço, qual estrela a cintilar
 
E, lá no cimo, o fruto verde-alaranjado,
Cobiçava o meu olhar extasiado
E, na minha boca, dissolvia-se o paladar
Da polpa da manga, que não posso olvidar,
Por ser tão forte marca da minha infância,
A quem, de tão pequeno, deu tanta importância. 

Fruta do meu desejo, da minha selecção,
Que por vezes ainda vou saboreando;
Se ficou prazenteira, na minha recordação,
Muito mais, quando nela vou pensando...
Se esse sabor, tiver a própria vida,
Eu não sei, mas nunca será esquecida.

 
 

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