Domvs Mvnicipalis.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Coquana pensa…




Debaixo da palmeira, agachado,

O velho, fuma o cigarro ao contrário.

Será suruma? Barbas de milho?

Pensativo, quieto, olhar parado,

Faz as contas do seu calvário…

Agora é avô, pai, mas já foi filho!

Não, a família ainda não reclamou!

Pelo menos, rapaz mais velho,

Não mandou ninguém ir embora…

Não adoeceu, nem sequer acamou,

Nem gasta muito tempo com espelho,

Nem motiana, disse que está na hora…!

Bem, coquana sim, maluco não.

Ele vai… não precisa empurrar…

Velho sabe quando está de sobra;

Não dá trabalho, não queixa, não vai chorar,

Pode segurar grande pau na mão,

Mas não, não vai matar cobra.

Velho, não quer dar problema;

Chateia pouco, não abusa da paciência,

Não desanima com dor de barriga…

Velho, um dia, talvez consiga,

Guardando toda a experiência,

Desfazer na vida, sem sentir pena.

Quando a chuva, amanhã, parar…

Quando o capim verde crescer…

Quando a quizumba chorar…

Aí sim, velho vai de vez no mato;

Nunca mais vai aparecer…

Não, velho, não quer ser chato.

Sem comentários:

Enviar um comentário